Projeto Cerrado Infinito: Descolonizassom
Cerrado Infinito é um projeto proposto pelo artista Daniel Caballero. Propõe atuar como um ponto de partida para as atividades de desaceleração e descolonização da cidade, criando uma nova cultura do cerrado e definindo territórios dentro do espaço público para a reconstrução da paisagem ancestral ao urbanismo.
Junto aos pressupostos acima expostos, passo a acompanhar o processo de plantio das plantas pertencentes à paisagem natural do antigo Campo de Piratininga e a manutenção de suas trilhas que também compõem o projeto. Me interesso pelas ocorrências sonoras que são desencadeadas com as ações de transformação do território pretendido, sem anular ou ignorar outras manifestações sonoras tão comuns ao espaço urbano.
Créditos da imagem: Larissa Jordan
Munido de um gravador de áudio e acessórios, procuro pelas especificidades sonoras que caracterizem o Cerrado Infinito. E a partir dessas primeiras investigações, reflito sobre esse lugar no texto e na peça sonora a seguir:
Quando ouvimos, estamos a escutar de fato? Quais são os sons de um lugar específico capaz de demarcar sua topologia?
Refletir sobre os sons ao redor e suas potências evocativas (consequentemente relevadoras), se faz como ato político. Descolonizar nossas ações perpassa a reinvenção do cotidiano em nossas relações.
Descolonizassom parte de uma investigação da ocupação de gestos e afetos que intentam reinventar o espaço público: a praça transfigurada em trilha.
Essa peça sonora é fruto de uma investigação de campo. Parte da captação de ambiências e especificidades da paisagem sonora da Praça Homero Silva (Praça da Nascente), na zona oeste de São Paulo.
Sons inicialmente ocultos à percepção são desvelados para compor pulsações rítmicas dos diversos elementos que constituem a sonoridade comum da praça e o fazer envolvido no projeto Cerrado Infinito; mutirões de plantio, manutenção da trilha, oficinas e piqueniques.
Aumente o volume e deixe o Cerrado ressoar por fones ou alto-falantes.
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